domingo, 1 de julho de 2012

SETE GRAUS ABAIXO DE ZERO!!!!!


Entre o Rio e Paris. A passageira ao meu lado ressona alto. Nem os gritos de Bruce Lee que saem dos auscultadores lhe perturbam o sono. Do outro lado um outro pede mais duas garrafinhas de vinho: se até agora quase não parou de falar (sem dar a mínima para o fato de ser ou não escutado), com mais duas garrafinhas…
Finalmente o comandante anuncia a aproximação à pista do aeroporto Charles de Gaulle. “São oito da manhã, hora local. O tempo apresenta-se bom, sete graus negativos. Tenham todos um excelente resto de dia.” Teria eu escutado bem? O tempo apresenta-se bom, com sete graus negativos? Será ironia do comandante?
Na sala de embarque, enquanto aguardo a conexão para Lisboa, e depois de já ter dado duas voltas ao aeroporto, tentando em vão esquentar os pés, visto os casacos de lã que trouxe, embrulho-me no cobertor que peguei “emprestado” da Air France e enrosco-me num dos poucos aquecedores existentes na sala, que tentam, sem sucesso, elevar a temperatura ambiente.
Pela vidraça vislumbro o que a princípio pensei serem seres humanos. Impossível! Com sete graus negativos serão certamente robôs telecomandados.

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