Maceió, Alagoas, Brasil
No check-in do voo que me levará a Maceió, apresento, não sem um certo
constrangimento, um pedaço de papel, onde havia escrito à mão, o número de meu e-ticket. A moça olha o papel, vira-o de
um lado e do outro, me olha, volta a olhar o papel e… aceita meu rabisco.
Já em Maceió, no aeroporto Zumbi
dos Palmares penso, olhando as modernas instalações, o que Zumbi acharia de
tudo aquilo. Dispenso os insistentes convites das empresas de táxi, e pego um
ônibus que acabava de entrar no meu campo de visão: Aeroporto-Ponta Verde, justo para onde pretendo ir. Assim que entro,
descubro que não só entrei num ônibus, mas também no século passado: a
cobradora entrega-me um bilhete de papel numerado (uma numeração sequencial, onde
meu número é único), com a data e hora do trajeto manuscritos por ela mesma, à
minha frente.
Saio do ônibius exatamente na
porta do hotel que me haviam reservado e entro de novo no século atual: WiFi, chave
eletrônica do apartamento, atendimento computadorizado.
Maceió, da brisa constante à
beira mar, das tapiocas e da água de coco insuperável. Do calçadão orlado de
coqueiros e amendoeiras, e também acácias iguais às daquela cidade africana
voltada para o Índico. Aqui os veículos param ANTES da faixa de pedestres! A primeira vez que um ônibus assim
procedeu, não arrisquei atravessar: pensei que tivesse enguiçado e que a
qualquer momento fosse avançar.
Maceió do Motel “Ceqsab”. Fico
imaginando a cara do espertalhão que, num primeiro encontro, pergunta à tímida
moça: “Onde você quer ir?”
Como acontece em todas as
cidades, aqui há várias Maceiós.
Aquela onde me hospedo, desde que se fique voltado para o mar, portanto, de
costas para os espigões que que parecem aumentar em número da noite para o dia,
é belíssima.
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